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Quinta, 12 Julho 2018 12:00

Remoção de Pintas e Sinais

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As pintas espalhadas pelo rosto e corpo podem não ser insignificantes. Então fique atenta as recomendações e saiba quando elas devem ser removidas

Cobiçadas no tempo de Marilyn Monroe e sua charmosa versão instalada na bochecha, elas passaram a ser condenadas a partir da descoberta da relação com o câncer de pele. A ordem era remover sempre! Agora, reina o equilíbrio: a análise periódica permite diferenciar as pintas perigosas das inofensivas e só intervir se houver necessidade.

O dermatologista Luís Torezan, diretor da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, esclarece as principais dúvidas sobre o assunto

Por que as pintas aparecem?
As pintas ou nevos, o nome científico, são pequenas formações planas ou em relevo, lisas ou rugosas na pele. A maioria apresenta tons de castanho e são compostas de células especiais, as névicas, que não têm outra função além de formar essas lesões. O que determina o aparecimento é a predisposição genética, mas a exposição solar também conta. Quanto mais toma sol, maiores os riscos de você ter pintas precocemente. Elas "nascem" geralmente na infância e adolescência, mas algumas podem surgir até a terceira década de vida.

Todas as pintas são perigosas?
Não. Algumas podem trazer prejuízo estético, mas não oferecem risco de transformação maligna. Já as discretas e instaladas em locais escondidos podem causar maior preocupação.

Pintas e sardas são a mesma coisa?
Não, são formações diferentes. As sardas sempre são planas, têm coloração castanho-claro e decorrem do aumento na quantidade de melanina, pigmento que colore a pele e é produzido por outra célula, o melanócito. O principal fator desencadeante para quem apresenta tendência hereditária para desenvolvê-las é a exposição à luz solar. Por isso deve tomar muito cuidado especialmente na praia e no alto verão: o sol pode aumentá-las em quantidade e tamanho e vir a escurecê-las.

Por que são mais comuns em quem tem pele clara?
Tanto as pintas quanto as sardas se desenvolvem mais em ruivos e loiros em decorrência da sensibilidade aos raios ultravioleta. Mas morenos e negros não estão imunes e, portanto, também devem evitar exposição ao sol em horários de pico.

Pessoas com muitas pintas correm mais risco de câncer de pele?
Sim, elas são mais vulneráveis aos tumores de pele, inclusive o tipo mais grave, o melanoma, que tem alto risco de metástase (quando surgem focos do tumor em outros locais) e não responde bem ao tratamento, a menos que seja removido em estágio precoce. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o câncer de pele corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no país, porém o melanoma representa apenas 4% desses tumores. 

O câncer sempre se desenvolve a partir de uma pinta perigosa?
O melanoma, sim. Mas os cientistas não sabem dizer se as pintas benignas se transformam em malignas por traumas e exposição exagerada ao sol ou se isso acontece apenas com as que já nascem predispostas a originar o tumor. Já os tipos menos severos de câncer de pele (carcinomas basocelular e espinocelular) não têm relação com pintas.

As piores são as de cor negra?
Apesar de chamarem mais atenção, pintas negras não estão sempre relacionadas ao melanoma. O mais importante é a alteração na pigmentação: era castanha e ficou com as bordas pretas, adquiriu tripla coloração ou a cor se tornou irregular. Então, ela deve ser avaliada por um dermatologista.

Se a pinta tiver pelo significa que é mais perigosa?
Em geral, essas pintas aparecem na primeira infância e são inofensivas, mas devem ser vistas pelo médico, especialmente se tiverem mais de 6 milímetros de diâmetro.

Que parâmetros são considerados para analisar uma pinta?
As associações médicas desenvolveram o padrão ABCDE, sendo A de assimetria (um lado difere muito do outro); B de bordas (os contornos são irregulares, há reentrâncias para dentro e para fora); C de cor (a coloração é irregular); D de diâmetro (acima de 6 milímetros, o risco de melanoma aumenta); e E de evolução (refere-se ao crescimento acelerado).

É preciso ficar mais atento às pintas localizadas nas áreas expostas?
Embora seja mais frequente em áreas expostas ao sol, o melanoma também pode aparecer em locais escondidos, como embaixo do braço, nos dedos dos pés, na palma das mãos e nos genitais. Uma pinta nova em área não exposta tem que ser rapidamente avaliada.

O exame feito no consultório pode afirmar que a pinta sinaliza câncer de pele?
O dermatoscópio, aparelho portátil com lentes que aumentam de 10 a 70 vezes o tamanho da pinta, identifica sinais precoces de câncer de pele. Mas o diagnóstico final só é dado após o exame no laboratório das células removidas da lesão.

Por segurança, todas as pintas devem ser extraídas?
Não. A tendência hoje é acompanhá-las. Se houver muitas, pode ser feito o mapeamento digital das pintas, uma técnica em que são feitas fotografias e comparadas em um programa de computador para estimar o risco de transformação maligna de cada uma. Quando alto, a orientação é a remoção cirúrgica. Do contrário, a pinta pode ser monitorada e reavaliada a cada três ou seis meses. Mas quando está localizada em área sujeita a atrito (sob o elástico do sutiã, na planta dos pés, embaixo do braço), recomenda-se a retirada, pois a agressão contínua pode favorecer a transformação maligna da pinta.

Em caso de câncer de pele, qual é o tratamento?
O mais importante é extrair a pinta e um pouco do tecido ao redor. Dependendo do estágio do tumor (essa avaliação é feita no laboratório), pode haver a indicação de quiimioterapia e imunoterapia.

 

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